Apostila sobre Medicina de residência médica médico residente + Entrega incluída pelos correios
(contendo 440 paginas )

REVISÃO AULA 1
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RN, ASMA,
BRONQUIOLITE E PNEUMONIAS
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RECÉM-NASCIDO
Apneia: apneia pode ser de origem central, obstrutiva ou mista. Se durar de 5 a 10 segundos, no recém-nascido considerado saudável (raro) e no prematuro (ritmo periódico de respiração) não necessita tratamento. Situações de risco, com duração entre 10 a 20 segundos, com bradicardia e cianose, deverão ser investigadas e tratadas. Tratamento adequado: metilxantinas (aminofilina ou cafeína) e suporte ventilatório (CPAP ou VM).
Síndrome da hipoventilação central: ocorre nos RNs saudáveis e a termo, nas primeiras horas de vida e fase inicial do sono. Caracterizam-se por cianose, pausas respiratórias e movimentos respiratórios irregulares, que cessam quando em vigília. Por vezes, doenças associadas. Tratamento de suporte.
Síndrome da membrana hialina: “distress” respiratório agudo; incidência inversamente proporcional à IG; prematuridade e baixo peso; condições maternas e neonatais de risco; deficiência de surfactante; quadro clínico de insuficiência respiratória progressiva, minutos a horas após o nascimento, com FR > 60mrpm, gemência, taquicardia, taquipneia, retrações costais, batimentos de asas do nariz e cianose. Apresenta gasometria com hipoxemia, hipercapnia, acidose; necessidade de alta FiO2;
radiografia com finas granulações reticulares no parênquima e broncogramas aéreos, hipoaeração, atelectasias e edema pulmonar, conhecido como “vidro esmerilhado”; prevenção (betametasona na gestante 48h antes do parto, entre 24-34 semanas de IG); tratamento: surfactante exógeno e oxigenoterapia, além de cuidados de suporte geral.
Displasia broncopulmonar: sequela grave, principalmente em prematuros e após a ocorrência de síndrome da membrana hialina; necessidade de suplementação de oxigênio e presença de alterações radiográficas após IG corrigida de 36 semanas.

Síndrome aspirativa do mecônio espesso: quadro clínico de insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida, por aspiração do mecônio que produzirá obstrução de pequenas vias aéreas, hiperinsuflação pulmonar, pneumotórax e pneumomediastino, com impregnação de mecônio na pele do RN (não confundir com líquido tinto de mecônio); termo ou pós-termo; identificação do caso; complicações; tratamento adequados. A aspiração nasofaríngea de rotina no pós-parto de pacientes com líquido amniótico meconial e a intubação de paciente vigoroso com líquido tinto de mecônio são contraindicados atualmente.
Hipertensão pulmonar persistente: em RN a termo e pós-termo, fisiopatologia de shunt direito-esquerdo. Fatores de risco: asfixia, aspiração de mecônio, hipoglicemia, hérnia diafragmática com pulmão hipoplásico, sepse precoce, policitemia, uso materno de AINEs e inibidores da recaptação da serotonina. Investigar RN com hipoxemia refratária, cianose e alguma outra situação de risco grave; tratamento com óxido nítrico e suporte ventilatório.
Hérnia diafragmática congênita: posterolateral (Bochdalek) é a mais comum; defeitos associados (hipoplasia pulmonar e má rotação intestinal); disfunção ventilatória. A presença na ausculta pulmonar de ruídos abdominais é característico. Tratamento cirúrgico.
Pneumotórax: situações de risco para barotrauma (uso de CPAP e/ou VM); identificação do caso. Quadros leves devem ser observados, casos graves devem ser drenados. Ofertar oxigênio a 100% acelera a absorção.
Pneumonia congênita: pode ocorrer em RNs de qualquer IG; associada principalmente ao estreptococo beta-hemolítico grupo B por transmissão materna; insuficiência respiratória; radiografia pulmonar opacidades, infiltrado bilateral e broncograma aéreos; difícil diagnóstico; tratamento com penicilina e suporte ventilatório.
Hemorragia pulmonar: consequência grave e rara; doenças graves; RN < 2,5 kg. Sintomas semelhantes ao da síndrome da membrana hialina. O tratamento é ventilação adequada, aspiração do sangue, transfusão de sangue, se necessário, e noradrenalina traqueal. Mortalidade alta.

Fatores de risco materno para a sepse:
• Bolsa rota há mais de 18 horas.
• Febre.
• ITU, exceto quando tratado no início da gestação.
• Infecção do cólo genital: corioanmionite, leucorreia,
HPV, herpes genital.
• Colonização Streptococcus do grupo B.

Fatores de risco do RN para a sepse:
• Asfixia perinatal.
• Prematuridade.
• Baixo peso ao nascer.
• Sexo masculino.

Investigação diagnóstica: anamnese completa incluindo história obstétrica e neonatal + exame físico completo do RN +
exames laboratoriais com culturais de todos os sítios (sangue, urina, liquor) e raio-x de tórax.
Tratamento: inclui controle da temperatura, assistência ventilatória, suporte cardiovascular e, eventualmente, transfusões. O
antibiótico deve ser adequado ao tempo (precoce ou tardio), à flora local e à infecção provável pela suspeita da equipe médica.

Apostila sobre Medicina de residência médica médico residente
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